O
Velho Testamento narra que houve um tempo em que os sacerdotes eram os únicos
representantes do povo na presença de Deus, inclusive, eles eram os únicos
aptos a oferecer sangue de animais sacrificados para que houvesse a expiação dos
pecados dos homens, por isso, apenas eles podiam entrar numa
determinada sala do templo onde se acreditava que Deus se encontrava com o
homem.
O
Novo Testamento nos ensina que por amor de nossas almas Jesus Cristo sua vida
não poupou (João 3:16), que com seu precioso sangue nos libertou e nos resgatou
(Efésios 1:7) e que pelo sangue do cordeiro liberdade temos nós de entrar no
santuário e de Deus ouvir a voz e foi para “a liberdade que Cristo nos
libertou” (Gálatas 5:1).
A
Palavra de Deus diz que “toda
língua confessará ao Senhor e que diante de Deus todo joelho se dobrará”
(Romanos 14:11).
Cada um pode e deve apresentar-se diante de
Deus exatamente da forma como se encontra, pois, Deus “aperfeiçoará,
confirmará, fortificará e fortalecerá." (1° Pedro 5:10) os seus servos.
Certa vez escrevi aqui neste blog sobre aquilo
que vemos com os “Olhos da Carne”, onde disse que talvez o “pecador” fosse mais
fiel do que muitos crentes aparentemente de bom testemunho, pois, todos os dias
eles lidam com os olhares desconfiados, julgamentos levianos e comentários
maldosos sobre sua condição, mas mesmo assim eles retornam a Casa do Pai no dia
seguinte.
E se pelo seu sangue nos “libertou para a
liberdade” (Gálatas 5:1) temos que nos perguntar que qual a base e autoridade
para que o homem que pertence ao ministério de uma igreja tem para cercear a
liberdade de alguém na dentro da igreja.
Sabemos que “Deus é justo juiz” (Salmos 7:11) e
que o homem, principalmente aqueles que soberbamente se julgam sábios, as vezes
erram em seus julgamentos e aplicam duras penas, recordemos que Jesus não tendo
pecado algum foi pregado e morto sobre uma cruz.
Na igreja contemporânea muitas vezes os
homens ignoram a sua própria condição carnal e pecaminosa e aplicam punições
para aqueles que pisam em falso.
Há casos de PUNIÇÃO PERPÉTUA, quando um
individuo por conta de um ato ou uma conduta tem sua liberdade cerceada para sempre, ou seja,
fica sem liberdade na igreja, não podendo tocar na igreja, exercer ministério,
participar da comunhão da santa ceia.
Há casos de LIBERDADE CONDICIONAL, quando um
individuo por conta de um ato ou uma conduta, após um período sem liberdade na
igreja sua liberdade é restabelecida com restrições, por exemplo, pode utilizar
o púlpito para testemunhar, participar da comunhão da santa ceia, mas fica
impedido, por exemplo, de voltar a tocar seu instrumento musical.
Há casos de DISCIPLINA, quando um individuo após
um ato ou conduta fica sem liberdade na igreja, uma vez arrependido e corrigido
volta a ter total liberdade na igreja, sem restrições.
O
julgamento e a “pena” aplicada é exclusiva do ministério, mas os membros de uma
igreja muitas vezes conseguem ser bastante hostis com os “pecadores”, alguns
acham errado o ministério “devolver a liberdade” de seus irmãos errantes, estes
não entenderam aquilo que Jesus quis ensinar com a parábola do Filho Pródigo,
agem como o filho ciumento desta parábola, não compreendem que não importa os
erros que um filho cometa, o Pai sempre amará e receberá seu filho de braços
abertos... Também se esquecem que com a medida que julgam também serão
julgados.
"Cortar a liberdade" de um cristão na igreja é como cortar as asas de um passarinho, ele não tem como voar.
7 comentários:
Mário,
Acho esse negócio de 'cortar liberdade' parecido com aquela prática católica de excomungar. Ambas pretensiosas!
Engraçado que tem denominações 'evangélicas' que fazem crítica ferrenha à ICAR e, no entanto, suas doutrinas são idênticas, só mudam a roupagem.
Mais estranho e contraditório ainda é que são pessoas que fazem críticas severas a qualquer tipo de aborto, mas que não atinam para as vidas que estão destruindo com a sua intolerância religiosa.
Quanto abuso de poder em nome de Deus!
Me faz lembrar o massacre daquele filme 'Setembro Negro', vc viu? Tem que ter estômago pra ver, porque é repulsivo!
Abs,
Rê.
Caro Irmão Mário, comentei no Doutrina Cristã, e acho que "cabe" aqui tb!:
Realmente isto acontece...
Mas tenho um primo que comentou "um erro" que o fez perder a "liberdade", ai já viu né, o povão caiu matando...( é melhor cair na mão do inimigo , do que na boca da irmandade..rsrsrs), mas o ministério local se posicionou , na minha opinião, com sabedoria, instruindo o irmão em buscar a misericórdia de Deus, deixando de exercer seu ministério (ele é músico), pois se continua-se tocando poderia causar certa manifestação dos "Santões" que temos no meio da igreja, mas que ele continuasse congregando. E ele fez isto! É claro que a família sofreu certa discriminação de vários "IMACULADOS APONTADORES", que na verdade existem, existiram e existirão, por que foi dito que "MUITOS são os chamados e POUCOS os escolhidos". Então, depois de alguns anos, Deus tirou o sono, literalmente, do Ancião que atende nossa região (ele contou isso diante da igreja),e o mostrou claramente para que fosse devolvida a "liberdade", seu ministério e que fosse recebidos por TODOS. Até hoje ele continua firme servindo a Deus e muito abençoado!
Mas acho que essa regra, as vezes é exceção, já vi muitos outros casos (até mesmo na minha família) em que o irmão(a), não tem coragem nem de entrar na igreja.... Só Deus!
Em cristo!
Belo texto, Mário!
Oi Regina,
Vi sim o filme "Setembro Negro", que aliás, é baseado numa história real... Também acho que o que muda é a roupagem, é uma excomungação.
Szmyhiel,
Entendi a situação, não vejo sabedoria na decisão dos anciães, mas comodismo, creio que os anciães perderam a oportunidade de ensinar duas coisas aos "santões" que por mais que eles se julguem "santões" eles são de carne e osso e também possuem pecados (se disserem que não tem pecados são mentirosos)e Deus é misericordioso, havendo sincero arrependimento há perdão... Mas no final, o ancião deu uma lição de humildade e obediência, isso foi bom também.
Ricardo,
Obrigado pela visita ;¬)
Fiquem todos na paz e no amor de Deus!
Então...
É mais repulsivo justamente por ser baseado numa história real que os mórmons nunca admitiram que aconteceu daquela forma.
Pelo menos nesse ponto a ICAR foi mais decente, admitindo a chacina histórica chamada Inquisição.
Abs,
R.
Caro Irmão Mário,
Sem querer defender minha "Idolatrada Instiuíção", mas entendo que pode não ter sido comodismo, ou porque será que Jesus não justificou a adúltera diante da multidão?
E ensinar "santões" não é uma coisa muito fácil, mas concordo que esta é uma das funções dos presbíteros, e que para isso usam os ensinamentos deixados por Cristo e pelos apóstolos.E sim Deus é misericórdia, misericórdia e justiça.
Em fim, ótimo texto, realmente, todos nós cortamos as asas de muitos.
Em Cristo,
Irmão Szmyhiel,
Jesus não justificou a adultera verbalmente mas fez com que cada um enxergasse que ninguém ali tinha condições de atirar pedras, pois, todos tinham pecados... Os anciães poderiam fazer o mesmo, ou seja, mostrar aos "santões" que eles não são tão santos quanto pensam, por isso, não poderiam atirar as "pedras" neste irmão.
Fique na paz e no amor de Deus!
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